V DOMINGO DA QUARESMA
«Se o grão de trigo não morrer…»
— Ezequiel 37,12-14; Salmo 129/130; Romanos 8,8-11; João 11,1-45 (ou 11,3-7.17.20-27.33-45).
Ecos litúrgicos
Lázaro, vem para fora!
Falar de morte é um assunto que desagrada a todo mundo! Porque geralmente se tem da morte uma ideia muito negativa: que é destruição, fim, ponto final das esperanças. Mas isso não é verdade, pois na morte está embutida a semente da vida. É da morte do grão de trigo que surge novamente a vida, como disse Jesus. A Palavra de Deus deste quinto domingo da Quaresma reflete sobre esse tema.
A mensagem central é exatamente essa: a vida vence a morte, pois morrer é ressuscitar. Por isso não é importante você ficar preocupado discutindo se Jesus ressuscitou mesmo Lázaro, morto há quatro dias e se ele saiu mesmo do sepulcro e foi em seguida jantar com Jesus na casa de suas irmãs (12,1-3)!
A narração quer sublinhar que a morte não é o fim. Ela é ponte, é trampolim que nos arremessa para a imensidão de vida que é Deus. No morrer, nós ressuscitamos. No morrer, apenas desvestimos um corpo mortal e somos revestidos de um corpo novo, imortal, glorioso, transfigurado, como o de Jesus ressuscitado.
A narrativa de João sobre a ressurreição de Lázaro é uma bela página literário-teológica para revelar essa verdade. Quem morre não é a pessoa, é o corpo. E a Liturgia da missa em memória dos falecidos diz exatamente isso: “Senhor, para quem crê em Vós, a vida não é tirada mas transformada e desfeito um corpo mortal lhe é dado nos céus um corpo imperecível”.
Essa verdade evangélica descarta claramente a ideia de reencarnação. No evangelho de hoje a frase central é de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim, mesmo que morra, viverá. E todo a aquele que vive e acredita em mim, não morrerá jamais” (11,21-16).
Padre Sandro Rogério dos Santos
Pároco