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Tão humano, só pode ser divino

22/04/2017 - Atualizado em 22/04/2017 | Por: Pascom

Jesus e a Pecadora

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* Padre Sandro Rogério dos Santos

No início do ser cristão não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá à vida um novo horizonte e, com isso, a direção decisiva”. Convém imaginar uma volta à Palestina do tempo de Jesus. ‘Vê-Lo’ caminhando calmamente na rua entre as pessoas. Observá-lo a cumprimentar os seus conterrâneos, o seu jeito manso e humilde de aproximar-se e de acolher todas e cada uma das pessoas.

O seu olhar essencial não para nos juízos temerários das plateias apressadas, nem na má-fama produzida por questionáveis comportamentos, não se deixa vencer pelo que os outros diziam… Nenhum pecador público lhe é indiferente, nenhuma mulher – mesmo flagrada em adultério – será apedrejada, nenhum cobrador de impostos estará eliminado da lista de chamados, nenhum enfermo (paralítico, cego ou possesso) voltará para casa cansado e com mais dores.

Aos poucos, o exercício nos comove; nem sempre agimos como Ele, não nos pautamos por aceitar as pessoas tais quais são. Temos um juízo sobre elas e nos fixamos nele, no juízo, não nelas, na vida dinâmica e no mistério de cada pessoa. No comércio e no Templo, Jesus olha em derredor, acolhe a vida como ela é, e procura mostrar um jeito novo de se relacionar com as pessoas e com as coisas. Um homem livre, que veio libertar e salvar todos quantos estavam desencontrados.

Impossível não reparar o jeito d’Ele falar e as palavras que diz! Fala com autoridade, traz palavras acertadas para as pessoas necessitadas e na hora oportuna. “Ninguém jamais falou como este homem”. Sua palavra não se perde nem no vento nem no tempo. Ela é viva, atual, eficaz, penetrante. Dos ouvidos, desce ao coração, onde germina e frutifica. A Palavra cresce naquele que a escuta. E quanta gente a escutou, se deixou alcançar e modelar por ela. Havia amor em suas palavras, pois havia amor em toda a sua vida e missão.

Ele “passou pelo mundo fazendo o bem e curando a muitos”. Tinha um carinho especial pelas crianças, queria ser alcançado por elas. Não gostava nada dos que pareciam sepulcros caiados. Esses que falam tanto e tão bem de Deus e das coisas de Deus, mas que não conseguem ou não se esforçam por viver aquilo dito pela própria boca, colocam a lei acima da vida humana. Quando resolveu escolher alguns homens para segui-Lo, meu Deus!, que critérios usou! Passou à margem do lago e chamou pescadores. Passou pelo centro e chamou cobrador de impostos. Formou um grupo humano e heterogêneo, rústico.

Chamou-os para estarem consigo e aprenderem d’Ele, pois queria revelar-lhes o Pai, dar-lhes a conhecer o insondável mistério da misericórdia divina entranhado no seio da Santíssima Trindade desde toda a eternidade. Para isso, não perdia ocasião. Era preciso curar, curava; pregar, pregava; libertar, libertava. Não deixava nunca que o gesto fosse visto como mágica ou realidade definitiva. Não deixava nunca que a palavra ficasse desprovida de sinal. Que pedagogo! Que didática! Que homem! Que coração!

Para cada um, Ele dizia: “você é visto. Deus o percebe. Mas Ele não o olha como um inspetor, um juiz inquiridor. Ele o olha como alguém que Ele ama. Este amor é um saber íntegro que não despreza, não expulsa, não rebaixa. Porque Deus é grande e porque sua grandeza é amor, é bom que Ele tudo veja. Amor significa: conheço os pontos em que você é fraco, por isso estarei lá para ampará-lo. Você é indispensável e insubstituível do jeito que você é”.

Amado/Amada, seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!

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