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O sonho de Maria

06/01/2017 - Atualizado em 06/01/2017 | Por: Pascom

Natal

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O Brasil é um país de maioria cristã que, entretanto, parece desconhecer o Cristo. Há muitos pregando em seu nome, mas há sinais de desconhecimento da pessoa cujo nascimento será festejado no próximo sábado-domingo. Jesus é o grande dom de Deus a humanidade. Se no princípio o ser humano rompeu com o Criador, este jamais abandonou a sua criatura. Já nos inícios prometeu resgatá-la do poder do mal, simbolizado na serpente (do paraíso).

Os profetas anunciaram e o Filho Amado e Único do Pai encarnou-se, por obra e graça do Espírito Santo, no ventre virginal e fecundo de Maria, de Nazaré. Ele é um divisor da história ocidental. “Antes de” (a.C.) e “Depois de” (d.C.) Cristo. Um pouco desse desconhecimento é consequência da frágil catequese que a Igreja por tempos ofereceu; outro pouco, a sensibilidade secular que transforma símbolos e datas religiosos em outras propostas, quase sempre de ‘turismo’ e ‘festa popular’. Ainda, outro pouco, a carência de exemplos que os cristãos – seguidores de Cristo – dão ao mundo. O testemunho frágil fragiliza a mensagem.

Faz alguns anos, publicou-se nestas páginas de O Imparcial, na coluna Diocese informa, um texto agora resgatado. Na proximidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, soa razoável refletir sobre a singela história “o sonho de Maria”. — Eu tive um sonho, José. Não o entendi muito bem, mas parece que era a respeito da comemoração do aniversário do nosso Filho. Sim, me parece que era a respeito disso. As pessoas passaram seis semanas preparando a festa. Tinham decorado e iluminado a casa e comprado roupas novas. Entraram muitas vezes nas lojas para fazer compras e compraram presentes muito bonitos. Mas era curioso notar que esses presentes não eram para o nosso Filho.

Embrulharam os presentes em papel muito bonito, amarraram-nos com fitas de várias cores e colocaram-nos debaixo de uma árvore. Sim José, uma árvore! Dentro da sua própria casa. A árvore bem enfeitada, com os ramos repletos de bolinhas luminosas e decorações brilhantes. Havia uma imagem no mais alto da árvore; parecia a figura de um anjo. Oh! Era tão bonito! Todas as pessoas sorriam e se mostravam felizes. Todas entusiasmadas com os presentes. Deram-nas umas às outras, José. Mas não os deram ao nosso Filho que fazia aniversário. Deu-me a impressão que nem sequer O conheciam, pois nem mencionaram o nome d’Ele.

Não é estranho que as pessoas tenham tanto trabalho para celebrar o aniversário de uma pessoa que nem sequer conhecem? Tive a sensação que se o nosso Filho aparecesse na festa seria um intruso e certamente não seria bem recebido. E tudo estava tão bonito, José, e todas as pessoas estavam tão contentes, mas me deu grande vontade de chorar… que tristeza para o nosso Filho Jesus não ser desejado, nem sequer na festa do seu aniversário. Ah! Voltemos a dormir, José… Foi apenas um sonho. E acredita-se que você, estimado leitor, não queira fazer parte desse sonho nem mesmo que ele se torne realidade.

Cuidado com o consumismo —que consome!—, às vésperas do natal, que é festa favorável à comunhão das famílias. Evite excessos de comida e, especialmente, de bebida alcoólica —que desagrega famílias. Revitalize a sua relação com Deus, pois “manifestou-se a graça de Deus” (Tt 2,11). Natal é época de solidariedade, sentimentos nobres, amor, cuidado, acolhida, respeito ao outro… e combina com oração. O Criador não teve ‘medo’ de assumir a condição humana da criatura. Não tenha medo de aproximar-se dos outros. Passe da indiferença à pertença. Natal é presença! Natal é Jesus!

Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!

Padre Sandro Rogério dos Santos

Pároco

 


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