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Amor incondicional

04/12/2018 - Atualizado em 04/12/2018 | Por: Pascom

Amor incondicional é acolher sem impor condições

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Duas histórias para pensar e viver a vida com amor, acolhida e mudança.

Primeira. Certa vez, um rapaz ficou neurótico. A depressão e a angústia tomaram conta dele. As pessoas lhe diziam que ele estava doente e precisava vencer a neurose. Quando ouvia as advertências, o moço ficava ressentido e concordava ao mesmo tempo. Queria mudar-se, mas não conseguia, apesar de todos os esforços. Ele tinha um amigo –o seu melhor amigo– que lhe dizia: “Não mude não. Permaneça assim como você está. Eu gosto de você do jeito que você é!”. Essas palavras do amigo soavam como melodia aos seus ouvidos! Não mude, não mude, eu gosto de você assim! Então, o jovem relaxou, voltou ao que era e, que maravilha, curou-se. Agora sei, dizia ele, que eu não teria conseguido vencer a batalha se não encontrasse alguém que me amasse do jeito que eu era, com ou sem neuroses e rancores. “O amor é benfazejo, é paciente… tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará” (1Cor 13,4-8). (Anthony de Mello, sj)

Segunda. Tommy foi o ateu presente em meu curso de teologia da fé. Ao entregar seu exame final, perguntou-me se eu achava que ele algum dia encontraria Deus. “Não!”, respondi sem pensar e, enquanto ele se virara para sair da sala, acrescentei: “Você não o encontrará. Ele é que vai encontrá-lo”. Ele não pareceu muito impressionado ou afetado. Acho que não entendeu o que eu disse.
Cinco anos depois, ele entrou em meu escritório. Estava morrendo. Seu corpo estava devastado por um câncer terminal. Tinha apenas algumas semanas de vida. Lembrou-me daquele último dia de aula. Contou-me que, ao ficar sabendo que estava com um câncer terminal, pediu a Deus para vir e consolá-lo. Disse-me ainda que um dia perdeu toda a esperança de estabelecer algum contato com Deus. Mas lembrou-se de outro dia na sala de aula. Eu tinha dito que havia duas tragédias essenciais na vida: uma era viver sem amar e a segunda era amar sem compartilhar esse amor com os outros. Os outros precisam de nosso amor e nós o negamos.
Então me disse que, trêmulo, foi procurar o pai e disse-lhe: “Eu o amo, pai”. Depois fez a mesma declaração para a mãe e para o irmãozinho menor. E acrescentou: “E aí, um belo dia, virei-me e Deus estava lá. Não veio quando lhe pedi que viesse. Parece que ele faz as coisas do jeito dele e na hora que acha melhor. Mas o importante é que estava lá. Encontrou-me. Você tinha razão. Ele me encontrou mesmo depois de eu ter desistido de procurá-lo”.
Convidei Tommy para vir ao meu curso contar sua história, contar que abrir nosso coração para as pessoas que amamos é abrir a porta para Deus entrar em nossa vida. O amor é de fato a porta que leva a Deus. Ele disse que viria, mas não veio. No entanto, pouco antes de morrer, tivemos uma última conversa. Disse-me que não iria ao meu curso. Depois perguntou: “Você pode contar a eles em meu lugar? Pode… contar a história toda por mim?” Prometi que sim. “Farei o melhor que puder, Tommy. Vou contar a eles.” Obrigado por me ouvir. (John Powell, sj).

Terceira. A terceira é a sua história. Há um novo dia para viver, amar, perdoar, receber, servir, partilhar, silenciar, celebrar, agradecer, ir ao encontro do outro… Viva-o com gratidão. No coração da pessoa agradecida o amor cresce sem cessar; diminui o egoísmo e aplacam-se maledicências, violências e ódios.

Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!

Padre Sandro Rogério dos Santos (2/11/2018)


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