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Viver agradecidos

09/01/2017 - Atualizado em 09/01/2017 | Por: Pascom

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* Padre Sandro Rogério dos Santos

Faz apenas uma semana que se inaugurou o ano novo. Ainda há tempo de considerar pontos para o caminho. Como não agradecer pelo ano passado? Sim, sem loucura nem alheamento. Até aqui a vida se fez vitoriosa para você, leitor. A vida, por maiores tenham sido os dissabores, venceu. Está vencendo.

As pessoas poderiam tomar mais cuidado e não embarcar no amargor da vida alheia. Ser solidário não é ficar amargo com os amargos, mas procurar aproximando-se dos amargos tirá-los da amargura, oferecendo-se como ponto de apoio e/ou indicação de caminho. Nem todas as pessoas tiveram um ano péssimo. Mesmo assim, muitas dessas entram no bloco dos descontentes ou dos amargos ou dos realmente afetados e agem como se o seu ano e a sua vida fossem uma tragédia.

O mau humor político, as perdas econômicas, as dificuldades sociais e outras desventuras aconteceram, sim, ninguém pode negá-las. O cenário internacional também não é dos mais favoráveis, violências as mais diversas desgraçam sonhos, comunidades, cidades, países… e a história. A fumaça do ‘demônio’ embaça a visão e não raro confunde bem e mal numa mesma e única ação. Discernir é urgente, ainda que escapem nuanças dos projetos maus que vão nos corações dos ‘senhores deste mundo’.

Agradecer é exercitar a memória do coração; é reconhecer que mesmo não sendo do jeito pensado ou sonhado a vida aconteceu e ela foi doada para administrar, produzir, contemplar, celebrar, ser… Pior é constatar que imensa maioria das pessoas gastou tempo e sorrisos com frases desejando bons augúrios: “Feliz Ano Novo”, “Sucesso e Prosperidade”, “Que o Ano Novo seja de amor, felicidade, e paz”, “Saúde e Paz e o resto a gente corre atrás”.

Quem agradece possuí coração livre. Reconhece como dom cada momento da sua própria vida. Não se sente no direito de exigir coisa qualquer. Assim, virada a página da primeira semana do ano, quais foram já as novas atitudes empreendidas para que o Novo Ano seja Novo e traga todos os bons desejos manifestados nos dias festivos? Quais situações já foram vencidas por simples manifestação do anseio de mudança?

Os ciclos ajudam no sentido de renovação, reprogramação, avaliação, transformação, reinício… Bom saber que é possível se arriscar de forma nova, se empenhar em coisas que até ontem não deram certo. Quiçá por motivos estranhos à própria vontade ou mesmo pela ignorância de algum aspecto. Hoje, portanto, é possível fazer diferente o que na tentativa de se fazer, ontem, deu errado. Só não se poderá tentar da mesma forma, com o mesmo espírito, com as mesmas ferramentas.

O novo exige responsabilidade, empenho, compromisso. E, como não se pode ser livre sem assumir responsabilidades, não se poderá colher novos frutos sem os sacrifícios advindos da semeadura. O autor deste texto não fez outra coisa senão agradecer pelo ano passado. Também não fez nenhum propósito para o ano. Decidiu viver de gratidão, contar os dias e as horas na perspectiva ‘kairótica’, isto é, da Graça.

“EnGraçar” a vida, torná-la leve, ainda que carregando os fardos da faina quotidiana. Ele não é um “bon vivant” nem parece ser tolo, ingênuo, não se apresenta como modelo para ninguém, mas gostaria de viver como tem vivido e de ver outras pessoas contentes pela vida que têm e alimentam. Quem quiser, aprenda com os próprios erros. Quem quiser, aprenda com os erros dos outros. Quem quiser, arrisque-se mais para tentar mais e para ser mais. Mais do mesmo é o que não se deve fazer do ano.

Seja bom o seu dia (e o seu ano) e abençoada a sua vida. Pax!!!

 

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